07.11.2024

Miss Americana: minha (nova) visão sobre a Taylor Swift

Miss Americana: minha (nova) visão sobre a Taylor Swift

Miss Americana é um documentário da Netflix, sobre a vida da Taylor Swift, que foi lançado no início desse ano de 2020. Como sempre, relutei alguns meses para assistir, mas finalmente dei a chance que ele merecia, e adivinhem? Eu amei!

Para contextualizar um pouco: nunca fui uma grande fã da Taylor. Conhecia sim algumas músicas, e gostava delas (principalmente na fase country), mas nunca fui fissurada por ela e pelo trabalho que ela faz.

Confesso que já cheguei a falar e a achar que ela era meio sem graça, e algumas coisas nela e nas músicas não eram bem aceitas por mim. Depois de Miss Americana? Paguei minha língua e agora vejo a artista incrível que ela é.

Esses foram alguns pontos que me fizeram mudar completamente a minha visão sobre a artista americana Taylor Swift:

Seu processo criativo

Logo de cara, uma das coisas que mais amei foi saber mais sobre o processo de criação das músicas e dos clipes. Como musicista, acho inspirador e muito motivador ver como a música pode nascer de diversas formas. No caso da Taylor, suas músicas são nada mais que fatos e sentimentos da vida dela traduzidos em música.

Depois de Miss Americana, passei a entender melhor o que cada música representava pra ela, e uma coisa que achei muito legal foi entender a ideia dela por trás do clipe de ME!, que ela gravou em parceria com o Brendon Urie (vocalista do Panic! At The Disco).

Assistir as cenas de composição e gravação das suas canções, querendo ou não, faz com que quem quer que esteja assistindo, se sinta muito mais próximo ao sentimento que a música quer passar.

Renovar e inovar

Algo que ela bateu na tecla, e que confesso nunca ter pensado nisso, é do quanto as mulheres, não só no meio artístico, mas em qualquer área de atuação, têm sempre que se reinventar.

Em certa parte do documentário, ela comenta que, ao contrário dos homens da música, que ficam sempre na mesma linha criativa, ela e todas as mulheres têm sempre que trazer novidades para sua carreira para não serem esquecidas no meio do caminho.

Para quem acompanha a Taylor Swift desde o início, sabe que ela veio de uma carreira musical muito forte no meio country, e ficou assim durante um tempo. Acredito que para ela, ter feito essa passagem do country (que, de certa forma, acaba sendo mais tradicional e conservador), para o pop, não deve ter sido fácil.

Mais ainda, dentro da própria música pop, Taylor sempre foi experimentando e fazendo coisas novas que nenhum outro artista fez antes. Vejo isso até como uma forma dela se desafiar cada vez mais.

Se compararmos, por exemplo, You Belong With Me (Fearless de 2008), que na minha opnião já tinha um pézinho no pop, com I Knew You Were Trouble (Red, de 2012), que já era um álbum com a identidade mais pop, e The Man (Lover, de 2019), que foi o último lançamento dela, vemos que há uma mudança e uma inovação em todos os aspectos musicais.

Crescimento pessoal

Imagina você ter 17 anos e ter toda a sua vida e carreira acompanhadas pelo mundo inteiro? Particularmente, não sei mensurar o quão difícil deve ter sido pra ela passar por todas as fases da vida sabendo que o mundo inteiro estava de olhos nela.

Uma coisa que o documentário nos mostra é exatamente esse crescimento e amadurecimento que a Taylor teve ao longo dos anos. A mesma comenta que, durante boa parte da carreira, ela carregou a imagem da “garota perfeita americana”, que não fala palavrão, não se mete em polêmicas, e que no fim, acabou não se posicionando tanto.

Acredito que esse era um dos motivos de eu não gostar dela no passado. Eu olhava para ela como só mais uma artista que fez sucesso, e tinha umas músicas legais. Não conseguia criar uma conexão com ela, sabe?

Em Miss Americana, a gente descobre mais a fundo o momento de mudança em Taylor. Quando ela comenta do triste caso em que sofreu assédio, ela menciona que ali, ela começou a querer ter uma voz e ajudar quem não tem uma.

O feminismo em Taylor

A gente vê que as atitudes dela começaram a mudar. Seja ter falado abertamente, pela primeira vez, e ter compartilhado sua posição política, ou seja por começar a dar ainda mais voz às mulheres.

É visível o quanto ela trabalha a sororidade. Por ter sido vítima de um caso de assédio, acredito que a empatia e o apoio às mulheres, em geral, cresceram ainda mais dentro dela.

Uma cena que ficou marcada na minha mente é quando ela está em uma reunião com todos os envolvidos na carreira dela. Ali está Taylor, uma mulher jovem, tendo voz em meio a tantos homens.

Sabemos o quão difícil é ter e ser uma mulher em uma posição de poder. Quando Taylor decide que vai soltar um texto em que ela se posiciona politicamente, ela tem que convencer o seu próprio pai e outros homens de que aquela é uma boa escolha.

É lindo ver uma mulher tão jovem ter tanto peso e relevância. Imagina quantas mulheres, adolescente e crianças não se sentiram empoderadas assistindo ao documentário?

+Leia também: 7 Músicas que gritam Girl Power

Vulnerabilidade e força da Miss Americana

Não é fácil se mostrar vulnerável. Em todos os momentos do documentário, vemos uma Taylor sensível e mostrando todas as suas inseguranças, sentimentos e pensamentos. A cena em que descobre que Reputation não foi indicado a nenhuma categoria do Grammy de 2019, é de partir o coração.

Ao receber a notícia, ela afirma que fará um álbum ainda melhor. E é isso que ela faz! Ela transforma todas as inseguranças em música. Taylor abraça sua vulnerabilidade, e tudo vira arte.

Eu amei uma das cenas em que ela está dando seu depoimento, e ela pede desculpas por ter desabafado. “Por que eu pedi desculpas?”. “Somos ensinadas a pedir desculpas” é a resposta da entrevistadora. E não é que é verdade?

Ver nessas pequenas cenas o tamanho da força que a Taylor adquiriu ao longo da vida, e ver que ela usa isso, não só a seu favor, mas em prol dos outros, é incrível.

O que posso resumir desse documentário é: assistam!! Assistam e vejam sem julgamentos, sem pré julgamentos. Abram a mente e parem de pensar que é preciso odiar o artista só por não curtir suas músicas.

Tá tudo bem você não escutar um estilo musical, ou não se identificar com ele. Mas para isso, você não precisa distribuir ódio gratuito por aí. Ok?!

Você já assistiu Miss Americana? Conta o que achou!

27 thoughts on “Miss Americana: minha (nova) visão sobre a Taylor Swift

  1. Ai amo Taylor Swift acho ela incrivel, eu ainda não vi o documentário pq to sem netflix, mas assim que eu assinar de novo irei assistir.

  2. Não sou muito de colocar taylor nas minhas playlist, mas gosto de suas música.
    Agora esse outro lado profissional e pessoal que descreveu no post eu curti saber e bom ver mais mulheres no movimento feminista, ainda mais mulheres com um poder de voz superior a nós.

    Vou ver se assisto o documentario e conhecer mais um pouco a pessoa por trás da miss americana.

    Beijos de luz <3

  3. Eu confesso que eu tenho dois pés atrás com ela. Gosto de várias músicas, isso não posso negar, mas não consigo sentir verdade nela, sabe?

    Acho que isso começou porque lá no ensino fundamental eu tinha uma amiga que era muito fã da Taylor (ainda é) e ela ficava enchendo o saco, falando dia inteiro de Taylor Swift, escrevia o número 13 na mão e toda vez que ela via esse número em algum lugar gritava “TREZE”, enfim…aí eu já passei a pegar ranço da cantora (que não tem nada a ver com isso, mas faz parte da vida).

    Depois tivemos aquele caso com o Kanye West né. Ele estava erradíssimo na atitude de subir no palco e falar um monte sim, mas a intenção dele não era errada não. E é por isso que eu ela não me desce. Entendo que ser uma mulher na indústria da música é difícil, você sempre precisa se reinventar e tal. Mas ela é branca, e as músicas que fizeram mais sucesso são músicas que ela fala de antigos relacionamentos que deram errado. Mesmo sendo mulher…esses fatores ajudam a conseguir ganhar um prêmio, não acha?

    Enfim…tenho tantas ressalvas sobre ela que nem vou me estender mais.

    PORÉM, já vi muita gente falando que não gostava dela mas passou a ter uma outra visão depois do documentário, então ele está na minha lista para ser assistido. Temos que dar uma chance, né?

    1. Normal isso, miga! Às vezes nosso santo não bate, e não tem quem mude nossa cabeça haha
      Entendo demais seu pensamento, e concordo com ele. Mas se formos pensar por outro lado, querendo ou não, a indústria musical, no geral, ainda é muito machista, preconceituosa e racista. Acho que “culpar” uma artista por isso, também é muito pesado. O mundo tem que acordar e mudar esse sistema, pq tá difícil, viu!
      Mas depois me fala o que tu achou! Vou fazer outras resenhas de docs que tô amando ver ♥ haha

  4. Já tinha ouvido falar nesse documentário da Taylor, mas nem tinha dado bola por que nunca acompanhei muito o trabalho dela. Porém, depois do seu post, já quero assistir! Vejo que o documentário tem muito a ensinar e fiquei super curiosa pra ver tudo.

  5. Ainda que seja um documentário rápido e de uma profundidade imensa. Após assisti Miss Americana também comecei a ver a Taylor de outra forma e admirar ainda mais suas conquistas, eu curtia suas musicas, mas não entendia muito ela como pessoa, o documentário me ajudou com isso. Sem contar é praticamente não ter de assistir e sentir uma vontade de compartilhar tudo aquilo que aprendemos ali, assim como criar algo que faça a diferença ainda que as coisas não acreditem nisso.

    1. É incrível como a gente consegue estereotipar as pessoas, né? Esse documentário me ajudou a quebrar alguns preconceitos que eu tinha com ela, e a ver que nem sempre tudo é do jeito que vemos nos noticiários. Por isso gosto tanto de ver docs desse estilo ♥

  6. Eu AMEI o seu post, achei o que voce pensa muito parecido comigo. Eu não assisti ainda por vários motivos que voce menciona. Mas isso de ser um pouco omissa e tentar esse papel de perfeição americana me cansou um pouco. E depois que vi as chamadas pro documentário dela e todo mundo começou a falar sobre, eu percebi que ela era bem montada e sem espaço pra ser ela. Por isso me interessei pelo documentário. Mas depois do seu post vou me animar mesmo pra assistir. Beijos

  7. Eu sempre fui fã da Taylor. Acompanhei o lançamento de álbuns, e me lembro claramente daqueles ataques em massa que ela sofreu por causa do Kanye West. Achei aquilo tão horrível, e no documentário mostra muito do quanto foi horrível para ela também.
    Eu amei o documentário, acho que serviu para muito gente perder aquele ~ranço~ por ela. Algo que me deixou muito tocada foi principalmente as questões que ela tinha com o corpo. Eu me lembro que lá pra 2015 ela era muito magra, e eu sempre achei que fosse o biotipo dela, mas não. Era pura pressão estética. Hoje dá pra ver que ganhou mais peso, e continua linda, e bem mais feliz.
    No mais, eu amo a artista, amo os álbuns, amo Miss Americana (tanto o documentário quanto a música) <3

  8. Seu texto me cativou tanto que até me deu vontade de assistir esse documentário e olha que eu nem gosto tanto de assistir esse tipo de documentário.
    Sobre a Taylor, nunca fui fã dela, ela tem algumas músicas que adoro, mas ela nunca chamou a minha atenção o suficiente para eu tentar saber mais sobre ela ou sua carreira. Fora que eu nunca tive muita paciência para ser fã, acho que dá muito trabalho hahaha
    Enfim, seu texto ficou ótimo, parabéns!!!

  9. Eu amei seu post porque ele me lembrou que eu preciso assistir logo esse documentário. Sou muito fã da Taylor então acho que vou gostar. Parabéns pelo seu post! <3

  10. Esse documentário me deixou sem dormir.
    Pensei que seria apenas sobre seu processo criativo, mas não fazia ideia da importância e de como ela compartilharia as suas experiências com os fãs (e para que não é fã também). Eu fiquei triste, desanimada quando vi por tudo que ela passou e também mudei a minha perspectiva sobre a Taylor =)

  11. Eu ainda não vi esse comentário, mas amei o seu ponto de vista e amei como falou sobre! Não sou muito próxima das músicas ou de conhecer muito sobre ela. (mas aposto que se deixar tocando eu sei ganhar todas)

  12. Eu nunca entendi muito bem o ódio fervoroso que a Taylor causa. Não sou fã (devo conhecer umas 5 músicas dela?), tenho algumas ressalvas em relação a coisas que não concordo que ela já fez, mas ela recebe MUITO, MUITO, MUITO ódio MESMO, sabe? De fãs de pessoas com quem já não se deu bem, de fãs de quem ela é AMIGA, de quem nem sabe quem ela é. Não faz muito sentido na minha cabeça uma pessoa que não fere as outras diretamente concentrar tanto pavor, enfim…
    ADOREI suas considerações sobre o documentário e fique beeem curiosa pra assistir. Deve ter sido muito louco pra ela todo esse amadurecimento que uma carreira gigante como a dela força, ainda mais se tratando de alguém que nu início teve tudo “na mão”. Se posicionar em indústrias dominadas por homem deve ser exaustivo, coitada!

    1. Eu nunca entendi o ódio que muitas pessoas têm por vários artistas, miga! É bizarro você parar pra pensar que tem gente que perde HORAS do dia só pra jogar hate em alguém! haha O ser humano é louco, mesmo!
      Fico feliz que tenha gostado da resenha ♥ depois me fala o que achou!

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