21.11.2024

A Noite Que Mudou O Pop, Netflix | Resenha

A Noite Que Mudou O Pop, Netflix | Resenha

E se você tivesse acesso aos bastidores da gravação da maior música já lançada no mundo? Em “A Noite Que Mudou O Pop”, conhecemos a história de como “We Are The World” foi criada e gravada, além de curiosidades sobre os artistas que (quase) participaram desse hino.

O início de tudo

Inspirado pelo sucesso de “Do They Know It’s Christmas?”, do Band Aid, um projeto criado em novembro de 1984, onde artistas britânicos e irlandeses se juntaram para arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia, surgiu a ideia de repetir o feito, agora com artistas americanos.

A mente por trás do projeto? Harry Belafonte, artista e ativista que estava focado em chamar a atenção para o que estava acontecendo na África nos anos 80. Com o financiamento e apoio de Ken Kragen, empresário e produtor, ele conseguiu que Michael Jackson e Lionel Richie criassem o que seria uma das maiores e mais ouvidas músicas do mundo.

Juntando a galera

E claro que, por serem grandes nomes da indústria, eles conseguiram reunir uma equipe de peso, principalmente ao convidarem Quincy Jones para produzir a música.

Os nomes confirmados foram: Lionel Richie, Stevie Wonder, Paul Simon, Kenny Rogers, James Ingram, Tina Turner, Billy Joel, Michael Jackson, Diana Ross, Dionne Warwick, Willie Nelson, Al Jarreau, Bruce Springsteen, Kenny Loggins, Steve Perry, Daryl Hall, Huey Lewis, Cyndi Lauper, Kim Carnes, Bob Dylan, Ray Charles, Dan Aykroyd, Harry Belafonte, Lindsey Buckingham, Mario Cipollina, Johnny Colla, Sheila E., Bob Geldof, Bill Gibson, Chris Hayes, Sean Hopper, Jackie Jackson, La Toya Jackson, Marlon Jackson, Randy Jackson, Tito Jackson, Waylon Jennings, Bette Midler, John Oates, Jeffrey Osborne, Anita Pointer, June Pointer, Ruth Pointer e Smokey Robinson.

No documentário, ficamos sabendo como os convites foram surgindo, e inclusive dos nomes que quase entraram para o projeto, mas que foram descartados ou rejeitados pelos convidados (alô, Prince).

AMA’s e a noite da gravação

A data de 28 de janeiro de 1985 foi escolhida, justamente, por ser o dia do AMA, American Music Awards. Todos os nomes pensados para o projeto estariam em Los Angeles nesta data, e os que não iriam, como foi o caso de Bruce Springsteen, deram seu jeitinho de ir.

Lionel Richie era o host do AMA, e ele afirma que “We Are The World” era a única coisa que passava pela sua mente durante toda a premiação. Ao fim do evento, todos os artistas se dirigiram ao A&M Recording Studios, em Hollywood, e a magia começou.

+Leia também: Filmes adolescentes dos Anos 80 que você vai amar

Michael Jackson, Quincy Jones e todos os artistas

Enquanto os artistas estavam no AMA, Quincy Jones gravava os vocais de Michael Jackson. Sua voz icônica, bom humor e simpatia são enfatizados no documentário, além de ser perceptível o quão fácil era gravar a voz do artista.

Com a chegada da nata musical americana aos estúdios, Quincy Jones colocou uma placa na porta, escrita “Check your ego out the door” (Deixe seu ego lá fora), afinal, lidar com mais de 40 artistas em alta não seria nada fácil.

Todos reunidos, era a hora de gravar os coros. Burburinhos de um lado, dúvidas de outro, e alguns takes depois, Quincy conseguiu o resultado esperado. Aliás, essas cenas são um tanto engraçadas de assistir, já que no meio da gravação, o artista Waylon Jennings abandona o estúdio depois de Stevie Wonder causar uma mini confusão ao sugerir incluir um trecho em Swahili, “sha-lum sha-lin-gay”.

Hora dos solos

Coro gravado, chegou a hora dos solistas brilharem. Em um semi-círculo no meio do estúdio, os artistas se juntaram em duplas ou trios para gravarem os trechos da música. Com a não aparição de Prince, Kenny Loggins sugere a MJ que Huey Lewis grave o trecho da ponte, o que resultou em um momento fofo de descontração e nervosismo por parte de Huey (gente como a gente com aquela dorzinha de barriga de nervoso hehe).

Outra cena sensacional é a participação de Cyndi Lauper e seus trezentos colares barulhentos vazando no microfone durante seu solo na ponte. Incrível!

Uma grande surpresa durante a sessão foi o desconforto de Bob Dylan, desde a gravação do coro, mas principalmente, na gravação dos seus ad libs. Foi graças a Stevie Wonder que Dylan conseguiu, de fato, se soltar um pouco e gravar suas partes.

We Are The World nasceu

Depois de horas, as gravações foram finalizadas, para a alegria dos artistas, mas principalmente para Quincy Jones, MJ e Lionel Richie, que participaram de tudo desde o início. Às 8h da manhã do dia seguinte, todos os envolvidos deixavam o estúdio, sem sequer imaginar que, naquela madrugada, uma das maiores músicas já feitas na história havia sido criada.

A Noite Que Mudou O Pop é uma linda homenagem a quem fez parte deste momento marcante na história da música, e aos fãs que, assim como eu, adoram saber tudo dos bastidores.

O documentário, além de mostrar cenas originais gravadas naquela noite, conta com relatos de Lionel Richie, Bruce Springsteen, Huey Lewis, Dionne Warwick, Cyndi Lauper e outras pessoas da produção.


Me conta, você já assistiu “A Noite Que Mudou O Pop”?

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