Ali adiante, além do horizonte muitas montanhas azuis, verdes são muitas também.
Vamos juntas, cinco mulheres, riso solto. Vamos juntando memórias de plantas, cores, flores, muitos bichinhos, muitos queridos, muitas conversas e lorotas, a estrada é comprida, seguimos sem pressa.
Mudamos o caminho caindo prá direita, lá vamos nós curiosas atrás da ponte velha. Um caminho de descida e avistamos a ponte toda despencada. A moça corajosa vai ali, vai acolá procurando segurança para descer.
Logo aparece um anjo que oferece confiança. Ela alcança seu desejo, o desejo da outra é o mesmo, que quer porque quer a água que ali corre; seguindo as duas, vai uma moça cuidadosa, ela diz que vai proteger a mãe.
Para trás ficam duas mulheres, a mais velha de todas tem medo das pedras, a outra não quer descer, fica de prontidão para dar proteção e registrar as cenas.
Lá abaixo da ponte o rio corre batendo nas pedras e elas alegres molhando o corpo, lavando a alma. As três felizes, felizes com a conquista. A conquista das pedras, da água mansa que desliza nas pedras. Um momento de paz num território de brincar.
Quebramos a magia daqueles instantes, porque pra trás, bem prá trás, espera-nos outros corajosos que trocaram o burburinho da cidade pelo sossego do campo.
Seguimos de volta no mesmo caminho, mesma lorota, muitos olhos curiosos, muita lenga-lenga, memórias acessas, a folia da felicidade.
A moça corajosa;
A que quer as águas;
A filha que cuida da mãe;
A mais velha que tem medo de pedras;
A protetora de todos
que sempre cuida,
cuida da gente,
cuida de tudo.
Numa linda manhã de domingo, fomos felizes, e no horizonte o azul das montanhas distantes.
Dedico a Marisa, Enê, Yamana e Andréa.
Obrigada meninas!