Então, eu me vi ali. Sentada na frente do computador, comprando uma passagem de última hora e prestes a encarar mais uma – linda – jornada. Sabe aquelas loucuras que a gente faz no impulso, mas que se tornam memórias únicas?
Arrumei minha mala, peguei meus documentos e parti pro aeroporto. Era madrugada, e o aeroporto estava praticamente vazio. Poucos funcionários trabalhavam naquele horário, e um ou outro passageiro era visto aguardando seu voo ser anunciado pelas caixas de som.
Finalmente, chegou a minha hora. Peguei minha mochila preta com detalhes em amarelo, meu passaporte e passagem, e me encaminhei para o portão de embarque.
Aquela sensação de animação e nervosismo começou a tomar conta de mim. Encontrei minha poltrona, afivelei o cinto de segurança, e coloquei meus fones de ouvido. Eu amava voar, mas detestava decolar.
Já tinha me preparado psicologicamente para as quase 9 horas de voo, já que faria uma conexão em São Paulo, antes de chegar em Lima, Peru. Não que eu me importasse com conexões, já que amava aeroportos.
Sempre tive dificuldade em dormir durante voos. A ansiedade acaba me vencendo e fico acordada, seja assistindo um filme, lendo um livro ou escutando uma música. Assistir o nascer do sol pela janela do avião, também é uma das coisas que mais amo em viagens de madrugada.
Com poucas horas faltando para chegar em Lima, já comecei a escrever no meu caderno todo o roteiro da viagem. Precisaria pegar um outro voo, que me levaria a Cusco, de lá, um trem até Águas Calientes, e por fim, um ônibus até meu destino final.
E foi então que percebi…
Parei pra pensar em todo o rolê que eu teria que fazer para chegar em um único lugar. Colocando ali no papel, percebi que a minha jornada era muito mais longa do que a minha chegada.
Eu conheceria muitos lugares, pessoas, e histórias. Experimentaria comidas típicas, escutaria músicas diversas, e conversaria em línguas diferentes.
No fim, minha ida até Machu Picchu seria muito maior do que estar, de fato, na cidade Inca mais famosa do mundo.
E era por isso que eu amava tanto viajar. Porque, na maioria dos casos, a jornada é mais importante do que a chegada.
Projeto Fora da Caixa
Esse post faz parte do Projeto Fora da Caixa. O tema era: “anote 3 coisas: uma coisa que esteja à sua direita, sua cor favorita e um lugar que queria muito visitar. Agora escreva uma história com essas informações.”
Informações escolhidas: caixa de som + amarelo e preto + Machu Picchu.
Confira os posts das meninas que estão participando:
Diário de uma Desastrada | Tecer Flores e Cheirar Livros | Estante da Pipoca | Literalize-se | Lado Milla
Amei a história.. e não é que é verdade? a viagem é muito mais do que o destino final! É o planejamento, a ansiedade, o caminho.. que bom ler e lembrar de tudo isso enquanto – ainda – não podemos viajar.
Siiiim!! Tudo o que a gente colhe no caminho, é o que faz da viagem especial ♥