Nem todo artista que fez história na música precisa estar na minha playlist. E tudo bem. Mas isso não quer dizer que eu vou sair por aí desmerecendo o impacto que essas pessoas tiveram na arte e na cultura.
Tem vários artistas que não fazem parte do meu gosto, mas que sei que são gigantes. Mariah Carey, por exemplo, tem uma voz absurda, com um alcance vocal que poucos conseguem igualar. Ela ajudou a moldar o pop e o R&B dos anos 90 e 2000, e até hoje é referência para cantoras do mundo todo. “All I Want for Christmas Is You” toca todo fim de ano sem falta, e ela praticamente definiu o conceito de diva pop. Não precisa ser fã para reconhecer que ela tem um legado enorme.
Mesma coisa com a Madonna. Não é meu estilo de música, mas seria babaquice minha não reconhecer que ela, não apenas fez história no pop, como redefiniu o que era ser uma popstar. Desde os anos 80, ela ditou tendências, quebrou tabus e sempre esteve um passo à frente.
Artistas como Lady Gaga, Britney Spears e tantas outras devem muito a ela. Madonna não foi só uma cantora, foi uma figura cultural que mudou a maneira como mulheres na indústria da música eram vistas e tratadas.
No rock, o Guns N’ Roses foi uma banda que marcou época. Mesmo que eu curta pouquíssimas músicas deles, não tem como negar o impacto que tiveram no hard rock. “Sweet Child O’ Mine” e “November Rain” são hinos que até quem não é fã da banda conhece. O Slash é um dos guitarristas mais icônicos da história, e a presença de palco do Axl Rose no auge era algo impressionante. Eles ajudaram a manter o rock relevante nos anos 80 e 90 e continuam sendo lembrados — e bastante amados — até hoje.
E no Brasil? Tom Jobim e Vinícius de Moraes são parte essencial da música brasileira. Por mais que não seja um gênero musical que eu goste, a Bossa Nova ganhou o mundo graças a Tom Jobim e “Garota de Ipanema”. Vinícius, por sua vez, era um poeta que transformava palavras em canções, criando letras que até hoje emocionam muita gente. Juntos, eles ajudaram a definir parte da identidade musical do Brasil para o mundo.
A real é que a gente pode não gostar de certos artistas, mas fingir que eles não são importantes é forçar demais. A história da música tem altos e baixos, e muita coisa mudou por causa de nomes que podem não ser nossos favoritos, mas que tiveram um peso enorme.
E um dos motivos de eu estar escrevendo esse texto é porque existe um certo preconceito musical que rola desde que o mundo é mundo. Seja com artistas do pop, do rap, do funk, do samba… sempre vai ter aquele comentário elitista – ou babaca, mesmo – querendo desmerecer um para enaltecer outro. Como se um gênero fosse melhor que o outro, ou determinado artista não merecesse reconhecimento só porque não agrada a todo mundo. Isso acontece o tempo todo, e sinceramente? Cansa.
Vou falar mais sobre preconceito musical em outro post, mas fica aqui a reflexão. No fim das contas, respeitar a trajetória e o impacto de um artista é uma forma de reconhecer a diversidade e a riqueza da música. Cada um tem seu gosto, mas não dá pra negar quando um artista é gigante.