Se você não sabe, além de fundar esse blog, sou cantora há uns bons anos, e dou aulas de canto desde 2018. Acontece que, antes de ser uma profissional da voz, eu era estudante de música e passei anos fazendo aulas de canto (tanto popular, quanto erudito).
Ao longo desse tempo, aprendi muito mais do que técnica vocal, e hoje decidi reunir 5 lições que adquiri e que mudaram a minha forma de enxergar a música (e o mundo do canto). Olha só!
1. Eu sou capaz de muito mais do que pensava
Gosto de dizer que aula de canto é sobre autoconhecimento, quase como uma terapia (minhas professoras podem confirmar). Você descobre pontos de força em você, que nunca descobriria se não estivesse cantando.
Eu sempre imaginei e idealizei um certo tipo de voz, e me peguei descobrindo algo muito maior dentro de mim. A minha potência e resistência vocal é bizarramente maior hoje do que a que a Yamana de 15 anos um dia pensou que seria.
2. Chorar é libertador
Nunca fui a pessoa que chorava fácil, muito pelo contrário. Arrancar uma lágrima de mim era a coisa mais difícil de todas… até eu começar a cantar. A música é algo muito especial para mim, e ao mesmo tempo que é meu ponto forte, é o meu ponto fraco.
Quando comecei a estudar, entendi que teria que me permitir ser vulnerável para poder melhorar, e isso foi um grande desafio. No meu primeiro semestre estudando canto erudito, eu chorava em quase todas as aulas. Além de ser um mundo novo para mim (já que passei a vida estuando canto popular), eu descobria semanalmente qualidades incríveis dentro de mim, e me emocionava sempre.
Foi aí que aprendi que para emocionar o público, eu tenho que me permitir emocionar primeiro.
3. O meu corpo influencia na qualidade da minha voz
Não adianta cantar cansada, tensa ou com o corpo despreparado. A qualidade da minha voz depende do quão preparado o meu corpo – e a minha mente – está. Eu preciso estar com a postura correta, com a musculatura relaxa, porém preparada, para dar o meu melhor.
Como meus professores falavam, o cantor é um atleta da voz, e assim como um atleta olímpico é preciso preparar e aquecer o corpo para ter uma boa performance.
4. Errar faz – muito – bem
Meu maior medo era errar. Pensar em falhar ou desafinar era meu pior pesadelo, até perceber que isso me impedia de evoluir. Uma professora me falou que “o medo de errar, na verdade, está ligado ao medo de ter o ego ferido“, e isso fez total sentido.
Quão prepotente de mim é achar que eu não posso errar em algo, que tenho que ser perfeita em tudo? Eu sou um ser humano que erra, assim como você. E são os erros que me permitiram entender o que funcionava ou não na hora de cantar. Foi assim que evoluí!
5. Tudo é treinável, até a nossa voz
Quantas vezes não ouvi de alunas ou conhecidos a frase: “mas você nasceu com o dom, é fácil!”. Se tem uma coisa que aprendi ao longo de 10 anos estudando canto é que não é dom, é treino (e muito treino).
Não vou ser hipócrita e falar que não existem pessoas que já nascem com uma facilidade maior, mas talento não é garantia de nada. Como tudo na vida, o canto é treinável e depende de muito estudo. Quando comecei, lá em 2012, minha voz era bem instável e eu desafinava por besteira.
A prática e o conhecimento me permitiram ter mais segurança e habilidade na hora de cantar. O próprio Ed Sheeran, em uma entrevista, mostrou um áudio de quando começou a cantar. Era bem diferente de como ele canta hoje em dia, mas ele afirma que só consegue cantar bem hoje porque treinou – e muito – durante os anos.